O bloco
parlamentar da Frente Ampla, a coalizão do governo do presidente
José Mujica do Uruguai, chegou a um consenso sobre o projeto para a
legalização da produção e comercialização da maconha no país.
O acordo entre os parlamentares dessa coalizão, que integra
democratas-cristãos e ex-guerrilheiros tupamaros, além de
comunistas e socialistas light, implica na venda de maconha nas
farmácias.
Segundo
o deputado socialista Julio Bango, o Centro de Farmácias (associação
do setor no Uruguai), solicitou estar a cargo da comercialização da
droga.
No ano
passado o governo Mujica anunciou que enviaria um projeto de lei para
descriminalizar a produção e consumo da maconha. A ideia era de
tornar o Estado na entidade encarregada do "controle, regulação
das atividades de importação, exportação, plantio, cultivo,
colheita, produção, aquisição, armazenamento, comercialização e
distribuição da cannabis o seus derivados".
O plano
original previa uma produção em fazendas estatais e a distribuição
em quiosques controlados pelo Estado uruguaio. Mas o governo passou
longos meses até elaborar um projeto de consenso dentro da coalizão
Frente Ampla. As farmácias estão pressionando os parlamentares para
ficar com a distribuição, alegando que constituem os profissionais
mais idôneos para realizar a tarefa. O setor também admite que a
comercialização da droga poderá salvar as farmácias uruguaias da
crise econômica que padecem.
Segundo
um dos diretores da associação que reúne as farmácias, Fernando
Cabrera, as farmácias estão habilitadas pelo Ministério da Saúde
para vender e assessorar sobre o consumo de drogas legais. Além
disso, afirma, elas possuem os "mecanismos de segurança e a
logística necessária". O governo, depois de um ano de
delongas, agora sustenta que quer aprovar o projeto de lei nos
próximos seis meses.
Fonte
site Estadão
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