O
Superior Tribunal de Justiça (STJ) discute a proposição de lei
criando turma nacional de uniformização da jurisprudência dos
juizados especiais estaduais (TNU). O presidente do tribunal,
ministro Felix Fischer, criou uma comissão para estudar o tema.
Compõem
também a comissão o conselheiro José Guilherme Werner, do Conselho
Nacional de Justiça (CNJ), e o desembargador do Tribunal de Justiça
do Distrito Federal (TJDF) Arnoldo Camanho. Da reunião, participaram
ainda os juízes-auxiliares da Corregedoria Nacional de Justiça,
Mariela Nogueira e Gustavo Vianna, e os juízes-auxiliares do STJ
Laudenir Petroncini e Fabrício Carata.
Segundo o
ministro Salomão, o sistema dos juizados especiais corre o risco de
entrar em colapso. “Os juizados tem um volume de causas muito
grande. Sem um sistema que funcione quando haja divergência entre
turmas de estados diferentes, ele entra em colapso, por conta da
multiplicidade de recursos”, avaliou.
Uma
decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) incumbiu o STJ de julgar
esses recursos. O CNJ também determinou que os tribunais criem
turmas de uniformização em cada Estado, mas não há uma previsão
legal de estruturas ou meios de solucionar divergências nacionais.
Para Salomão, a situação atual cria uma distorção e coloca o STJ
em um papel para o qual não foi vocacionado.
“É
preciso organizar o sistema recursal dos juizados especiais. O
propósito não é o de enxugar o papel do STJ: é de dar lógica ao
sistema e agilizar a prestação jurisdicional”, explicou o
ministro. “O que nós vamos estabelecer é um mecanismo para não
eternizar os recursos, mas resolvê-los da maneira mais simples e
rápida”, acrescentou.
Segurança
e agilidade
Para o
desembargador Camanho, a turma nacional dará segurança jurídica ao
cidadão. “É muito importante que haja um entendimento uniforme
quando haja entendimentos divergentes. É conveniente que se dê um
tratamento igualitário às questões, de modo que o cidadão tenha
certeza de que a solução será sempre a mesma”, afirmou.
Ele
também acredita que o mecanismo irá agilizar os juizados especiais.
“Na medida em que são elaborados enunciados, a justiça se torna
mais ágil: basta que os juízes façam referência ao entendimento
anterior, sem perder tempo em fundamentar uma tese já consolidada”,
explicou.
“A
redação da lei deixou dúvidas aos tribunais e aos jurisdicionados.
A ideia da iniciativa do STJ é dar mais eficiência ao sistema dos
juizados especiais. Temos uma preocupação de não torná-lo mais
complexo ou verticalizá-lo demais”, ponderou o conselheiro Werner.
Fonte:
Site STJ
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