O
ministro João Otávio de Noronha, corregedor-geral da Justiça
Federal, anunciou em Porto Alegre a adoção do
sistema de videoconferência da Justiça Federal da 4ª Região em
todo o Judiciário federal do país. O ministro garantiu que até
fevereiro de 2013 deve ser aprovada a resolução que determina a
utilização do chamado “Projeto XXI”.
O
sistema, que utiliza equipamentos de videoconferência nas
audiências, substituindo a expedição das cartas precatórias, foi
desenvolvido em um projeto do Planejamento Estratégico da Justiça
Federal no Rio Grande do Sul.
A decisão
foi tomada na reunião do Fórum Permanente de Corregedores da
Justiça Federal brasileira, que aconteceu terça-feira na sede do
Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4). “Vamos normatizar
a implantação do sistema em toda a Justiça Federal do país”,
revelou o ministro.
Economia
e rapidez
Noronha
esteve na sede da Seção Judiciária do Rio Grande do Sul e,
acompanhado da presidenta do TRF4, Marga Inge Barth Tessler, do
diretor do Foro da Justiça Federal do Rio Grande do Sul (JFRS), juiz
federal Eduardo Tonetto Picarelli, e dos corregedores regionais dos
TRFs, assistiu pessoalmente a uma audiência na 1ª Vara Federal
Criminal de Porto Alegre com o novo sistema. O projeto-piloto foi
desenvolvido nessa vara pelo juiz titular, José Paulo Baltazar
Junior.
“Acompanhei
na prática a eficiência do sistema, que proporciona redução de
custos e de tempo, aceleração da coleta da prova e facilidade para
o feito”, analisou o ministro. Ele assistiu a uma audiência
criminal em que, de Porto Alegre, estavam sendo ouvidas testemunhas
do Rio de Janeiro. O sistema também possibilitou que a defesa
questionasse a testemunha do Rio diretamente do Juizado Especial
Federal Avançado de Alegrete (RS), economizando o custo com viagem
para a parte.
Com o uso
de equipamentos de áudio e vídeo conectados à internet, os juízes
federais da 4ª Região podem inquirir diretamente testemunhas e
réus. Pelo sistema tradicional, seria necessário transferir a
tarefa a outro magistrado, sem vínculo com o processo, por meio de
carta precatória.
Para o
idealizador do projeto, Baltazar Junior, “o grande beneficiado é o
jurisdicionado, porque o processo tramita mais rápido, evita-se a
prescrição, que acontecia muito com o cumprimento das cartas
precatórias, e ganha-se com a concentração dos atos processuais em
uma só audiência”. O juiz também ressaltou a importância do
sistema para a otimização de recursos humanos da Justiça.
Sistema
já é realidade
Atualmente,
o sistema de videoconferência já funciona nas varas federais
criminais das três capitais da Região Sul e de Foz do Iguaçu (PR),
que não recebem mais cartas precatórias para tomadas de depoimentos
de testemunhas e partes em processos que tramitam em outras subseções
judiciárias. No interior dos três estados do Sul, o uso do sistema
ainda é facultativo, de acordo a disponibilidade de equipamentos de
áudio e vídeo já instalados.
A
previsão é que até julho de 2013 todas as varas da Justiça
Federal da 4ª Região estejam equipadas. “Já estamos em processo
de licitação para compra dos equipamentos”, informou Baltazar
Junior.
A
proposta de resolução para implantação do sistema da 4ª Região
em todo o Judiciário federal já está concluída e deve ser
aprovada até fevereiro de 2013. Em setembro deste ano, uma comissão
de magistrados e servidores do Conselho da Justiça Federal esteve em
Porto Alegre para colher subsídios sobre o projeto.
Fonte:
Site STJ
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