O juiz federal Ali Mazloum, da Sétima Vara Criminal de São Paulo, condenou a sete anos 1 mês e dez dias de prisão CARLOS DE SOUZA MONTEIRO,
ex-administrador da Parmalat Brasil. A condenação se fez sobre provas
constantes do diário contábil da Carital Brasil Ltda, empresa que
sucedeu a Parmalat.
Além da condenação, ele terá de depositar RS$
1 milhão numa conta federal, destinada à educação. Estabelece a
sentença que, em valores atualizados, as movimentações financeiras
ilegais, promovidas sob os olhos complacentes de Carlos de Souza
Monteiro, deixaram de recolher RS$ 150 milhões em impostos.
Segundo
a decisão, Carlos de Souza Monteiro foi condutor de “operações
fictícias de compra e venda de títulos da dívida pública dos Estados
Unidos, conhecidos como T-Bills, com o fito de suprimir o pagamento de
IOF (Imposto de Operações Financeiras), incidente nas reais operações de
câmbio que fizera nos anos de 2000 e 2001”.
A compra e venda dos
títulos da dívida pública Americana, os T-Bills, foram feitas pela
sucessora da Parmalat, a Carital, através do banco Crédit Lyounnais, do
Uruguai. Segundo a decisão judicial, o propósito dessa triangulação era o
de simular operações de câmbio para suprimir o pagamento de RS$ 59,2
milhões –e que, ao câmbio de hoje, representaria o não pagamento de RS$
145,6 milhões do fisco.
Estabelece a sentença do juiz federal Ali
Mazloum que Carlos de Souza Monteiro, ex-administrador da Parmalat
Brasil, “tinha pleno conhecimento dos fatos ilícitos imputados, deles
participando ativamente na qualidade de gestor da empresa”.
Segundo
a decisão do juiz Ali Mazloum, Carlos de Souza Monteiro sonegou,
levando em conta os RS$ 150 milhões, “educação a pelo menos 36 mil
crianças, ou o que daria para construir 2.150 casas populares ou suprir
cuidados de saúde para 125 mil pessoas”.
O juiz também fixou que
Carlos de Souza Monteiro deve reparar danos causados à coletividade, no
valor de RS$ 1 milhão, em favor do Governo Federal, para “destinação
exclusiva ao ensino fundamental”.
Fonte site Tribunal de Justiça de São Paulo
Rombo mundial de US$ 10 bilhões
Em
2004 o ex-auditor interno da Parmalat, Gianfranco Bocchi, disse que o
fundador do grupo, Calisto Tanzi, transferiu para o Brasil grandes somas
de dinheiro desviadas da empresa. Segundo Bocchi, Tanzi usou para fazer
as transferências a empresa Carital do Brasil, “onde só se realizavam
operações ilegais”.
As operações eram levadas a cabo pelo próprio
Tanzi e pelo então diretor financeiro da subsidiária brasileira da
Parmalat, Carlos Monteiro. De acordo com o publicado naquele ano, pelo
matutino italiano La Repubblica, Bocchi fez essas declarações ao ser
interrogado pela polícia italiana. Tanzi e Bocchi estão entre as 11
pessoas presas até agora na Itália por causa do escândalo provocado pela
revelação de um rombo de pelo menos US$ 10 bilhões nas finanças do
grupo.
A Justiça italiana incluiu nas investigações as
subsidiárias italianas das empresas de auditoria Deloitte & Touche
(que certificava as contas da Parmalat) e Grant Thornton (que
certificava as contas da subsidiária da Parmalat nas ilhas Cayman).
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