Em silêncio, o jovem Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, 29, o Cadu, foi apresentado na manhã desta terça-feira, 2, como sendo o homem que aparece nas imagens de um vídeo correndo após atirar na cabeça do agente prisional Vinícius Lemes D'Abadia, 45 anos, no dia 28, numa tentativa de assalto. Vinícius está internado em estado grave. Três dias depois Cadu teria participado do assalto que terminou com a morte do estudante Mateus Pinheiro, de 28 anos.
Nesta terça, uma terceira vítima se apresentou na Delegacia de Investigações de Homicídios e disse que reconheceu Cadu como o assaltante que lhe tomou um carro. A vítima, um homem, estava sendo ouvido. Para o delegado que investiga o caso, Thiago Damaceno Ribeiro, são indícios e testemunhos fortes que apontam para a participação do rapaz em uma quadrilha especializada em roubo de veículos.
O Tribunal de Justiça de Goiás deve se manifestar hoje sobre a situação do rapaz. Ele foi considerado inimputável porque foi diagnosticado com esquizofrenia paranoide e ficou internado pelo prazo previsto em lei. Contudo, Cadu deveria residir com a família em Goiânia e, pelo regime do Programa de Atenção Integral ao Louco Infrator (Paili), que propõe a reinserção social dos infratores com problemas mentais, deveria se apresentar periodicamente para acompanhamento ambulatorial.
Morte de Glauco
O crime ocorreu no dia 12 de março de 2010 em Osasco, na Grande São Paulo (SP). Na época, sob efeito de maconha, haxixe e uma mistura de ervas do chamado Santo Daime, ele invadiu a Igreja Céu de Maria, matou o cartunista e o filho dele.
De acordo com o Laudo Psiquiátrico e Psicológico de Sanidade Mental, os assassinatos ocorreram em um momento de surto, uma vez que foi diagnosticado que o rapaz é portador de esquizofrenia paranoide - o que o torna incapaz de perceber a gravidade dos seus atos. O surto seguiu, após o duplo homicídio, quando Carlos Eduardo tentou fugir para o Paraguai, armado e dirigindo um carro roubado, e foi preso na fronteira dos dois países.
Após quase três anos, um amigo da família, em Goiânia, garante que o passado recente ainda é, efetivamente, um drama e um pesadelo na vida do rapaz - a ser superado. “Tem dia que ele se abate, sente remorso pelas mortes; afinal eram amigos dele, pessoas de quem gostava e com as quais mantinha convivência”, comentou. Isso, aliado à busca da cura, teria barrado os planos de passar o Natal e ano-novo longe do hospital.
Fonte site Estadão
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