O Senado Federal
aprovou, sem alterações, o projeto de lei
de conversão referente à Medida Provisória do Código Florestal. O
texto original enviado pelo Poder Executivo recebeu quase 700 emendas
na comissão especial mista que analisou a matéria. Nela, após
muita polêmica, um acordo entre congressistas ruralistas e
ambientalistas resultou no texto aprovado pela Câmara dos Deputados
e, nesta terça, pelo Senado.Entre as alterações inseridas no
projeto pela comissão especial, as principais são referentes às
áreas de preservação permanentes (APPs) em margens de rios e de
nascentes. Os parlamentares da comissão modificaram a chamada
“escadinha” proposta pelo governo federal, que estabelecia quanto
das margens de rios desmatadas deveriam ser replantadas de acordo com
o tamanho da propriedade.
Por serem maioria, os
parlamentares da bancada ruralista conseguiram estabelecer no projeto
que, nas propriedades de 4 a 10 módulos fiscais deverão ser
recompostos 15 metros de mata nas margens dos rios com até 10 metros
de largura. Quem tiver propriedades maiores que isso, independente do
tamanho do curso d’água, deverá recompor de 20 metros a 100
metros, a ser definido pelas autoridades estaduais.
Já os parlamentares
ambientalistas se deram por satisfeitos ao conseguirem impor no texto
que as nascentes e olhos d’água deverão ter APPs ao seu redor de,
no mínimo, 15 metros, a serem recompostos em caso de desmatamento
pelos donos das propriedades. Além disso, o projeto também prevê a
manutenção de 50 metros de APPs no entorno das veredas e áreas
encharcadas.
Para que a recomposição
seja feita, será criado um Programa de Regularização Ambiental
(PRA) que regulamentará a permissão para que os produtores possam
converter as multas ambientais em investimentos no reflorestamento de
suas reservas legais e APPs.
A Medida Provisória do
Código Florestal foi editada pela presidenta Dilma Rousseff para
suprir as lacunas deixadas pelos vetos feitos por ela à lei que
reformou o código. Durante as negociações sobre a MP na comissão
especial, o governo chegou a divulgar nota na qual declarou não ter
participado do acordo que resultou no texto aprovado hoje e que,
portanto, não tinha qualquer compromisso com ele. A declaração
gerou tensão entre os parlamentares ruralistas, que ficaram com
receio de que a presidenta faça novos vetos ao projeto aprovado pelo
Congresso.
Apesar disso, o senador
Jorge Viana (PT-AC), que tem atuado como porta-voz informal do
governo nas questões ambientais, disse acreditar que a presidenta
não deverá tomar esta medida novamente. Na opinião dele, a
proposta aprovada é “a melhor para o meio ambiente” e esse deve
ser o argumento usado para tentar convencer a presidenta a não
promover novos vetos na matéria.
“O entendimento que
foi construído aqui leva em conta a realidade das bacias
hidrográficas. O texto que sai daqui resolve o passivo ambiental
brasileiro”, declarou o senador que atuou como relator do projeto
do código anteriormente e foi um dos negociadores do atual projeto.
O projeto de lei de
conversão segue agora para sanção presidencial, uma vez que não
sofreu alterações e não precisará retornar para nova análise da
Câmara dos Deputados.
Fonte: Agência Brasil
Venceram os ruralista, perdeu a natureza brasileira.
ResponderExcluirA natureza foi derrotada.
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