De
repente, criou-se uma polêmica sobre a existência de racismo em
obra do escritor Monteiro Lobato.
Tudo
começou quando um instituto e um pesquisador impetraram um mandado de segurança contra o parecer do Conselho
Nacional de Educação (CNE) que liberou a adoção do livro Caçadas
de Pedrinho, de Monteiro Lobato, no Programa Nacional Biblioteca na
Escola.
Para
tentar encontrar uma solução, representantes do Ministério da
Educação (MEC), da Advocacia-Geral da União e da Secretaria de
Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) discutiram, com
a mediação do ministro do STF Luiz Fux, o citado mandado de
segurança. Inútil. Não houve concesso. Agora outra reunião
ocorrerrá.
Publicado
em 1933, Caçadas de Pedrinho relata uma aventura da turma do Sítio
do Picapau Amarelo à procura de uma onça-pintada. Entre os trechos
que justificariam a conclusão de racismo estão alguns em que Tia
Nastácia é chamada de negra. Outra parte diz: "Tia Nastácia,
esquecida dos seus numerosos reumatismos, trepou que nem uma macaca
de carvão". Em relação aos animais, um exemplo mencionado é:
"Não é à toa que os macacos se parecem tanto com os homens.
Só dizem bobagens". Outro é: “Não vai escapar ninguém —
nem Tia Nastácia, que tem carne preta”.
O cerne
da discordância é a nulidade do parecer do CNE, que determina que
Caçadas de Pedrinho seja distribuído às escolas acompanhado de
nota técnica instruindo o professor a contextualizar a obra ao
momento histórico em que ela foi escrita.
Caso não
haja acordo, a questão será julgada pelo plenário da Suprema
Corte.
Fonte: Notícias do STF
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